quinta-feira, 29 de maio de 2008

Piloto da Semana: Elio de Angelis

Fontes:
GPTotal
4mula1
Formula One - Website Official

Elio de Angelis ficou conhecido no mundo da Fórmula 1 como um dos últimos pilotos “cavalheiros”, pela sua regularidade, e pela direção limpa, mais preocupado em terminar as corridas ao arriscar pelas vitórias.

A carreira de Elio de Angelis na Fórmula 1 teve início em 1979 pela equipe Shadow. Elio era visto na categoria como um menino rico. Mesmo com um carro limitado, terminou a última corrida do ano em 4º lugar, no circuito de Watkins Glen.

Transferido para a equipe Lotus, Elio de Angelis disputou a temporada de 1980 ao lado de Mario Andretti, campeão em 1978. Logo na segunda corrida, no Brasil, de Angelis conseguiu terminar a corrida em 2º lugar, a última corrida de Fórmula 1 disputada no antigo traçado de Interlagos. Com uma campanha regular, superou Andretti, que conseguiu apenas 1 ponto, com a 6ª colocação em Watkins Glen, última etapa do ano.

De volta às tradicionais cores preta e dourada, que deram lugar ao azul da Essex em 1980, a equipe Lotus trouxe o inglês Nigel Mansell para o lugar de Mario Andretti. Enquanto Mansell cometia vários erros, devido também ao estilo de pilotagem arrojada, rendendo ao inglês o apelido de leão. O melhor resultado de Elio em 1981 foi o 4º lugar no Grande Prêmio da Itália.

Na temporada seguinte, em 1982, uma das mais disputadas da história da categoria, 11 pilotos em 7 equipes diferentes ganharam corridas. No Grande Prêmio da Áustria, Elio de Angelis conseguiu sua primeira vitória na categoria ao segurar a pressão do finlandês Keke Rosberg nas voltas finais, cruzando a linha de chagada apenas meio carro a frente. Foi também a última vitória da Lotus sob o comando de Colin Chapman, que faleceu no fim do mesmo ano por causas misteriosas. No campeonato, de Angelis terminou a disputa em 9º lugar com 23 pontos.

O ano de 1983, para Elio de Angelis, foi uma temporada de desenvolvimento. A Lotus resolveu trocar os motores Ford aspirados, pelos turbos da Renault. Elio disputou apenas o Grande Prêmio da França com os propulsores da Ford. Apesar de diversos problemas com os novos motores Renault, de Angelis ainda conseguiu somar dois pontos no campeonato, com a 5ª posição no Grande Prêmio da Itália, e fez em Brands Hatch, a primeira pole position na carreira.

Após um ano de desenvolvimento em 1983, Elio de Angelis conseguiu em 1984 sua melhor colocação no mundial de pilotos, superado apenas pela dupla da McLaren, Niki Lauda e Alain Prost. Pontuando regularmente ao longo da temporada, de Angelis superou seu companheiro de equipe Nigel Mansell pela terceira vez nas quatro temporadas que correram juntos. Apesar da regularidade, o melhor resultado de Elio foi a 2ª colocação em Detroit, nos Estados Unidos. Nos contrutores, a equipe Lotus conseguia sua melhor colocação desde o título de 1978, terminando a disputa em 3º lugar, superada apenas por McLaren e Ferrari.

Em 1985, Elio de Angelis ganhou um novo companheiro de equipe, o brasileiro e promissor Ayrton Senna. Nigel Mansell foi para a Williams, no lugar de Jacques Laffite, que retornou à equipe Ligier. Mantendo a mesma regularidade do ano anterior, de Angelis saiu de Mônaco, 4ª etapa do campeonato, na liderança, com 20 pontos, contra 9 de Senna, que era o 5º colocado. Elio ainda herdou a vitória no Grande Prêmio de San Marino, quando Alain Prost, o vencedor, foi desclassificado por estar com seu McLaren 2 quilos abaixo do peso mínimo permitido. Ao chegar nos testes em Paul Ricard, no intervalo entre as etapas de Mônaco e do Canadá, Elio percebeu que Senna havia conquistado a condição de primeiro piloto. Enquanto o brasileiro treinou, de Angelis deu apenas três voltas, sentindo-se tratado como um piloto estreante. Os resultados de Elio também sucumbiram, e o italiano somou apenas 13 pontos nas outras 12 corridas, enquanto Ayrton Senna conquistou uma vitória na Bélgica e passou de Angelis na pontuação. O ponto mais crítico entre os dois aconteceu na África do Sul, em Kyalami, quando Senna tentou ultrapassar o italiano, que levou uma fechada do brasileiro. Ambos abandonaram a corrida, e nos boxes, quase chegaram às vias de fato, quando Elio, irritado com os acontecimentos na equipe e com a manobra de Senna, quase acertou um soco no companheiro.

Sem aceitar a condição de segundo piloto na Lotus, Elio de Angelis foi para a equipe Brabham, substituindo Nelson Piquet, que foi para a Williams. Ao lado de seu compatriota Riccardo Patrese, tentaram desenvolver o novo carro da equipe, que tinha um rendimento instável. Foi a pior e mais curta temporada de Elio, que disputou apenas quatro corridas. Em Mônaco, seu último Grande Prêmio disputado, largou na última colocação e não terminou a prova. Para os testes coletivos em Paul Ricard, a Brabham tinha convocado Patrese para realizar os treinos, mas de Angelis, que era contrário aos treinos coletivos, pediu para treinar no lugar de seu companheiro, buscando entender mais sobre o carro, que ficou conhecido como skateboard, por ser um dos mais baixos do mundo. Ao passar por uma das retas, a asa traseira da Brabham soltou-se, lançando o bólido contra o guard-rail a mais de 250 quilômetros por hora. Com a demora do atendimento médico, Alan Jones, Alain Prost e Nigel Mansell tentaram socorrer o italiano, que apesar de sofrer pequenas lesões pela batida, faleceu no dia seguinte devido às lesões no cérebro, provocadas pelo incêndio no carro.

O acidente de Elio de Angelis, contribuiu e muito para as melhorias nos procidimentos de primeiros socorros e segurança na Fórmula 1. Depois do piloto italiano, apenas dois pilotos faleceram em acidentes fatais na categoria. Roland Ratzemberger e Ayrton Senna, ex-companheiro de Elio na Lotus, faleceram no Grande Prêmio de San Marino em 1994. os acidentes fatais serviram para que medidas de segurança, tanto para atendimento e as novas configurações nos carros evitar novos problemas. Depois de Senna, nenhum piloto perdeu a vida na Fórmula 1, mostrando que as novas medidas de segurança têm sido eficientes nas pistas.


Elio de Angelis, Brands Hatch, 1984
Foto tirada no Flickr por: antsphoto

A carreira de Elio de Angelis na Fórmula 1:

1979: Shadow Ford, 15º lugar com 3 pontos;
1980: Lotus Ford, 7º lugar com 13 pontos;
1981: Lotus Ford, 8º lugar com 14 pontos;
1982: Lotus Ford, 9º lugar com 23 pontos;
1983: Lotus Ford e Lotus Renault, 17º lugar com 2 pontos;
1984: Lotus Renault, 3º lugar com 34 pontos;
1985: Lotus Renault, 5º lugar com 33 pontos;
1986: Brabham BMW, nenhum ponto;

domingo, 25 de maio de 2008

Lewis Hamilton vence o Grande Prêmio de Mônaco

A quarta parte dessa reportagem é sobre a corrida realizada neste domingo, vencida pelo inglês Lewis Hamilton, da McLaren.



Com a vitória em Mônaco, Lewis Hamilton assumiu a liderança no campeonato
Foto tirada no Flickr por: mmarote

Disputada sob chuva no início, foi a corrida mais emocionantes da temporada. Kimi Raikkonen teve que passar pelos boxes por trocar os pneus depois do tempo permitido, caindo para a 4ª colocação, e ainda bateu e quebrou a asa dianteira, voltando para os boxes, voltando atrás de Adrian Sutil, da Force India. Fernando Alonso também teve diversos problemas, parando duas vezes por erros, a primeira, um pneu fura depois de tocar no guard rail, e na segunda, após ter a asa dianteira danificada em um toque com a BMW de Nick Heidfeld. Na frente, Robert Kubica seguia de perto Felipe Massa, quando o brasileiro escapou na primeira curva e perdeu a liderança para o polonês. Lewis Hamilton também teve que trocar um pneu furado após tocar no muro, mas adotou a estratégia que lhe garantiu a primeira vitória em Mônaco.

Adrian Sutil quase levou o limitado Force India aos pontos

O grande destaque da prova foi o alemão Adrian Sutil, que seguia firme, sem cometer erros, enquanto seus concorrentes envolviam-se em incidentes e batidas, parando nos boxes para trocar bicos e pneus furados. O piloto da Force India foi avançando até chegar à 4ª colocação. Mas sua corrida foi por terra quando Kimi Raikkonen perdeu o ponto de freada nas últimas voltas e acertou o carro de Sutil na saída do túnel. O finlandês ainda voltou para fazer a melhor volta e terminar a disputa na 9ª posição.

Outros pilotos que se destacaram foi o australiano Mark Webber, da Red Bull, que esteve competitivo durante toda a corrida, e, aproveitando-se do incidente de Raikkonen e Sutil, terminou em 4º lugar, enquanto seu companheiro de equipe, o escocês David Coulthard segue sem pontos na temporada, após bater com Sebastien Bourdais e abandonar a prova. Sebastian Vettel, da Toro Rosso, e Rubens Barrichello, da Honda, também aproveitaram-se dos incidentes e terminaram a disputa em 5º e em 6º, respectivamente. Ambos conseguiram seus primeiros pontos na temporada. Completando os pontos, Kazuki Nakajima, da Williams, foi o 7º, e Heikki Kovalainen, da McLaren, terminou a disputa na 8ª colocação, voltando aos pontos depois de 3 etapas.

Na disputa pela vitória, Felipe Massa foi o primeiro a fazer a para de rotina, voltando em 3º lugar. Robert Kubica ficou na pista o tempo suficiente para voltar a frente do brasileiro, enquanto Lewis Hamilton abria uma distância suficiente para manter a liderança quando parasse para trocar pneus. Assim, mesmo com a intervenção do safety car, que entrou na pista após a batida de Nico Rosberg na curva da piscina, Hamilton venceu a corrida dentro das duas horas, tempo máximo previsto.

Lewis Hamilton assume liderança no campeonato

Com a vitória, Lewis Hamilton assumiu a liderança do campeonato, com 38 pontos, contra 35 de Raikkonen, 34 de Massa e 32 de Kubica, da BMW.

Resultado Final:

Corrida:
1. Lewis Hamilton (McLaren Mercedes)
2. Roberto Kubica (BMW)
3. Felipe Massa (Ferrari)
4. Mark Webber (Red Bull Renault)
5. Sebastian Vettel (Toro Rosso Ferrari)
6. Rubens Barrichello (Honda)
7. Kazuki Nakajima (Williams Toyota)
8. Heikki Kovalainen (McLaren Mercedes)

Melhor Volta: Kimi Raikkonen (Ferrari)

Classificação:

Mundial de Pilotos:
1. Lewis Hamilton, 38 pontos
2. Kimi Raikkonen, 35 pontos
3. Felipe Massa, 34 pontos
4. Robert Kubica, 32 pontos
5. Nick Heidfeld, 20 pontos
6. Heikki Kovalainen, 15 pontos
7. Mark Webber, 15 pontos
8. Jarno Trulli, 9 pontos
9. Fernando Alonso, 9 pontos
10. Nico Rosberg, 8 pontos
11. Kazuki Nakajima, 7 pontos
12. Sebastian Vettel, 4 pontos
13. Jenson Button, 3 pontos
14. Rubens Barrichello, 3 pontos
15. Sebastien Bourdais, 2 pontos

Mundial de Contrutores:
1. Ferrari, 69 pontos
2. McLaren Mercedes, 53 pontos
3. BMW, 52 pontos
4. Williams Toyota, 15 pontos
5. Red Bull Renault, 15 pontos
6. Toyota, 9 pontos
7. Renault, 9 pontos
8. Toro Rosso Ferrari, 6 pontos
9. Honda, 6 pontos

sábado, 24 de maio de 2008

Felipe Massa conquista a pole no GP de Mônaco

A terceira parte da reportagem vai falar sobre os treinos para o Grande Prêmio de Mônaco deste ano.

Felipe Massa superou Kimi Raikkonen e vai largar na frente
Foto tirada no Flick por: Ignacio Machado

Felipe Massa, com o tempo de 1:15.787, conseguiu superar seu companheiro de equipe, o finlandês Kimi Raikkonen, por 28 milésimos de segundo e garantiu sua 4ª pole position na temporada. Na segunda fila, irão largar os pilotos da McLaren, Lewis Hamilton e Heikki Kovalainen. Na terceira fila, largarão os pilotos Robert Kubica, da BMW, e o alemão Nico Rosberg, da Williams. Fernando Alonso terminou em 7º lugar, e ao seu lado na quarta fila, vai largar o italiano Jarno Trulli, da Toyota. Os dois pilotos da Red Bull irão largar na quinta fila, Mark Webber vai largar na 9ª colocação, e David Coulthard, que bateu na segunda parte dos treinos, apesar de não ter participado da última parte, ficou com o 10º tempo.

Rubens Barrichello e Nelson Ângelo Piquet irão largar nas últimas posições

Mesmo avançando para a 2ª parte dos treinos, Rubens Barrichello vai sair na 8ª fila, na 15ª colocação. Nelson Ângelo Piquet ficou ainda na 1ª parte, e vai largar em 17ª lugar.

Com a pole, Felipe Massa é o 4º brasileiro a largar na frente em Mônaco

Felipe Massa é o 4º piloto brasileiro a conquistar uma pole position nas ruas de Monte Carlo. Emerson Fittipaldi, em 1973, Nelson Piquet, em 1981, e Ayrton Senna, em 1985, 1988, 1989, 1990 e 1991, são os outros brasileiros que largaram na pole em Mônaco.

Grid de largada:

1. Felipe Massa (Ferrari)
2. Kimi Raikkonen (Ferrari)
3. Lewis Hamilton (McLaren Mercedes)
4. Heikki Kovalainen (McLaren Mercedes)
5. Robert Kubica (BMW)
6. Nico Rosberg (Williams Toyota)
7. Fernando Alonso (Renault)
8. Jarno Trulli (Toyota)
9. Mark Webber (Red Bull Renault)
10. David Coulthard (Red Bull Renault)
11. Timo Glock (Toyota)
12. Jenson Button (Honda)
13. Nick Heidfeld (BMW)
14. Kazuki Nakajima (Williams Toyota)
15. Rubens Barrichello (Honda)
16. Sebastien Bourdais (Toro Rosso Ferrari)
17. Nelson Angelo Piquet (Renault)
18. Sebastian Vettel (Toro Rosso Ferrari)
19. Adrian Sutil (Force India)
20. Giancarlo Fisichella (Force India)

Brasileiros em Mônaco

A segunda parte da série de reportagens continua com a apresentação de um retrospecto dos pilotos no circuito de Mônaco.

Dos pilotos brasileiros que já disputaram corridas em Mônaco, apenas Ayrton Senna conseguiu vencer. Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Roberto Moreno, Rubens Barrichello, Cristiano da Matta e Felipe Massa conseguiram chegar aos pontos.

Ayrton Senna é o maior vencedor nas ruas de Mônaco

Disputada desde 1950, a corrida de Mônaco é a mais charmosa do calendário da Fórmula 1, devido a presença de pessoas famosas e pelo local. Com exceção de Senna, os brasileiros nunca tiveram grandes desempenhos nas corridas disputadas no principado. Com 6 vitórias em Monte Carlo, Senna é o recordista de vitórias no circuito, e conhecido como o "Rei de Mônaco" e "Mister Mônaco". Apenas em 2 ocasiões o brasileiro não conseguiu terminar a corrida, em 1985, quando teve problemas no motor e abandonou logo no início e em 1988, quando liderava com folga, e bateu na curva que antecede o túnel. Em 1987, ganhou a bordo da Lotus Honda, e nas outras 5 vitórias, de 1989 a 1993, venceu pela McLaren.

Três brasileiros já conseguiram terminar a corrida em 2º lugar. Emerson Fittipaldi, em 1973 e 1975, Nelson Piquet, em 1983 e 1987, e Rubens Barrichello, em 1997, pela Stewart, e em 2000 e 2001, ambas pela Ferrari.

Já Felipe Massa, teve seu melhor desempenho no ano passado, quando foi 3º colocado. Roberto Moreno, pela Benetton, foi 4º colocado em 1991. Christian Fittipaldi, com a Minardi, foi 5º lugar em 1993, e, Cristiano da Matta, terminou na 6ª posição em 2004, quando corria pela Toyota.

Piloto

Melhor Resultado

Ano(s)

Emerson Fittipaldi

2º lugar

1973 e 1975

Nelson Piquet

2º lugar

1983 e 1987

Ayrton Senna

1º lugar

1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993

Roberto Moreno

4º lugar

1991

Christian Fittipaldi

5º lugar

1993

Rubens Barrichello

2º lugar

1997, 2000 e 2001

Cristiano da Matta

6º lugar

2004

Felipe Massa

3º lugar

2007



Em 1992, Senna teve que segurar a pressão de Mansell nas voltas finais para vencer a corrida
Foto tirada no Flickr por: motorshots.com

O vídeo escolhido foi o das voltas finais do Grande Prêmio de 1992, quando Nigel Mansell teve que ir aos boxes para trocar um pneu furado e seguiu Ayrton Senna nas voltas finais, que conseguiu segurar o ímpeto do inglês e garantiu sua 5ª vitória nas ruas do principado.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Entrevista com Daniel Dias

A série de reportagens que fiz sobre o Grande Prêmio de Mônaco é a entrevista que fiz com o colunista do Jornal Zero Hora, Daniel Dias.

Daniel Dias escreve para o blog O Mundo da Fórmula 1, para o mesmo jornal.

Diego Passos: Qual o significado do Grande Prêmio de Mônaco para a Fórmula 1?

Daniel Dias: Tradição e charme. E perfeito para os patrocinadores. Nenhum GP tem mais visibilidade do que a corrida do Principado. Apesar de a tecnologia da F-1 não ter nada a ver com as estreitas ruas de Monte Carlo, a corrida é sempre a mais aguardada do calendário. Mas ela é terrível para os pilotos, que têm de arriscar todo o tempo, além do cansaço.

Diego Passos: Pista com baixa média de velocidade, a menor da categoria, representa também um desafio para os pilotos. Você acredita que o talento do competidor ainda prevalece nesta pista?

Daniel Dias: O talento do piloto prevalece mais em Monte Carlo do que em qualquer outra pista.

Diego Passos: Sem o controle de tração e os dispositivos de largada, você acredita que a prova será mais emocionante, tendo em vista também a possibilidade de chuva?

Daniel Dias: Bem, se chover, acho que não termina ninguém. Sem o controle de tração, com óleo na pista e chuva, não queria estar no lugar deles.

Diego Passos: Nos Grandes Prêmios de Mônaco, quais os pilotos que mais chamaram sua atenção neste circuito?

Daniel Dias: Dos que eu vi, Ayrton Senna, sem dúvidas, mas o Michael Schumacher e o Alain Prost iam muito bem também. Engraçado é que, com exceção do Senna, os outros brasileiros nunca se deram bem nesta pista. Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Rubens Barrichello e agora Felipe Massa nunca casaram bem com Monte Carlo.

Diego Passos: Em sua opinião, qual foi a corrida mais emocionante disputada nas ruas do principado? E a mais polêmica?

Daniel Dias: As mais emocionantes foram a de 1973, com o Emerson descontando a diferença para o Jackie Stewart no final, e aquelas alucinantes voltas finais do GP de 1992, depois que o Nigel Mansell parou para trocar um pneu e partiu como um louco para cima do Senna, que conseguiu segurar a primeira posição no braço. A mais polêmica foi a de 1984, quando roubaram a vitória do Senna, que passou o Prost mas a direção da prova decidira terminá-la antes por causa da chuva. E o Senna tinha uma Toleman contra a poderosa McLaren do Prost.

Diego Passos: As duas equipes que mais se destacam quando se fala em Mônaco, são a Ferrari e a McLaren? Tem alguma outra equipe que merece destaque?

Daniel Dias: A Williams também teve boas provas no Principado. Mas as duas principais são Ferrari e McLaren realmente.

Diego Passos: Dos pilotos que correram em Mônaco, quais você destaca?

Daniel Dias: Dos que eu vi correr, Ayrton Senna, Michael Schumacher, Alain Prost e Jackie Stewart.

Diego Passos: Para o Grande Prêmio deste ano, quem você aponta como favorito para vencer a corrida?

Daniel Dias: Lewis Hamilton. Nesta prova, a superioridade da Ferrari não vai contar, e o guri se dá muito bem nas estreitas ruas de Monte Carlo.

Diego Passos: E quais suas expectativas sobre os pilotos brasileiros neste fim de semana? Qual deles pode surpreender?

Daniel Dias: O único que pode conseguir alguma coisa é o Felipe Massa, porque tem uma Ferrari. O Rubinho vai se arrastar e o Nelsinho Piquet tem uma batata quente pela frente. Está obrigado a mostrar serviço, e erro em Mônaco é o mais fácil de acontecer.

Programação do GP de Mônaco

O Grande Prêmio de Mônaco recebe a sexta etapa do mundial de Fórmula 1 no próximo domingo.

Veja o mapa de Mônaco em satélite:

Exibir mapa ampliado

Confira a programação do Grande Prêmio de Mônaco

Quinta-feira (22)
05h00 - 1º Treino Livre
09h00 - 2º Treino Livre

Sábado (24)
06h00 - 3º Treino Livre
09h00 - Classificação

Domingo (25)
09h00 - Corrida

Piloto da Semana: Emerson Fittipaldi

Fonte: GP Total

Emerson Fittipaldi foi o primeiro piloto a trazer para o Brasil um título mundial da Fórmula 1. Conhecido por Emmo, foi campeão nos anos de 1972 e 1974, em uma época marcada por diversas disputas, insegurança na pista e carros mais difíceis de controlar, o brasileiro destacou-se logo no seu ano de estréia na categoria.

A estréia de Emerson na Fórmula 1 aconteceu no Grande Prêmio da Inglaterra de 1970, a bordo da Lotus, equipe que defendeu até 1973. Oitavo colocado na primeira corrida, somou seus primeiros pontos na categoria ao terminar em 4º lugar na Alemanha. Após o acidente que tirou a vida do austríaco Jochen Rindt, Emerson assumiu a posição de primeiro piloto na escuderia comandada na época por Colin Chapman, famoso por desenhar carros revolucionários. Foi também na temporada de estréia que o brasileiro venceu a primeira corrida, na etapa de encerramento, nos Estados Unidos, garantindo o título póstumo a Rindt.

Em 1971, a Lotus não apresentou os mesmos rendimentos do ano anterior, e Emerson conseguiu como melhor resultado um 2º lugar no Grande Prêmio da Áustria. O campeão da temporada foi o britânico Jackie Stewart, da Tyrrell, um dos melhores pilotos da época.

O ano de 1972 foi a melhor temporada de Emerson na Fórmula 1. Com 5 vitórias, 3 poles e 61 pontos, garantiu o seu primeiro título na categoria, tornando-se o primeiro piloto brasileiro a sagrar-se campeão. O campeonato foi bem mais disputado que no ano anterior. Além da Lotus, a Tyrrell, com Jackie Stewart e François Cevert, a McLaren, com Denny Hulme e Peter Revson, e a Ferrari, com Jacky Ickx, Clay Regazzonni e Mario Andretti, disputaram o título. A vitória no Grande Prêmio da Itália deu a Emerson o título com duas corridas de antecipação. O vice-campeonato ficou com Jackie Stewart, que venceu as duas últimas corridas.

Emerson Fittipaldi ganhou a companhia do sueco Ronnie Peterson na Lotus em 1973. A temporada começou com duas vitórias do campeão, na Argentina e no Brasil. A partir da terceira etapa, Jackie Stewart consegue descontar a diferença das duas primeiras corridas e faltando três etapas, tinha 24 pontos de vantagem sobre Emerson. No Grande Prêmio da Itália, os dois Lotus dominaram a corrida, com Peterson na frente. Colin Chapman prometeu avisar seus pilotos para trocarem de posição durante a prova, mas esse aviso não veio e ambos mantiveram suas posições. A partir desta corrida, Emerson decidiu deixar a Lotus. Em sua temporada de despedida na Fórmula 1, Jackie Stewart sagrou-se campeão pela terceira vez. Outra baixa na categoria foi a morte do promissor francês François Cevert, que perdeu a vida nos treinos para o Grande Prêmio dos Estados Unidos.

Foto tirada no Flickr por: glennolives

De equipe nova, Emerson começou mal a temporada de 1974, na Argentina, quando sem querer, desligou seu carro e abandonou a corrida. No Brasil, nova vitória, dando confiança ao torcedor brasileiro. Com mais duas vitórias ao longo do ano, Emerson chegou a última etapa, disputando contra o suíço Clay Regazzoni, da Ferrari, e Jody Scheckter, da Tyrrell, o título da temporada. Com os abandonos de Regazzoni e Scheckter, Emerson conquistou o título com o 4º lugar.

Em 1975, Emerson Fittipaldi terminou o ano com o vice campeonato, perdendo o título para o austríaco Niki Lauda, da Ferrari. As vitórias na Argentina e na Inglaterra foram as duas últimas de Emerson na Fórmula 1, que depois de dois anos na McLaren, foi para a equipe Copersucar, comandada pelo seu irmão Wilson Fittipaldi Junior, pai de Christian Fittipaldi.

Foto tirada no Flickr por: antsphoto

No ano de 1977, a equipe Copersucar passou a chamar-se Fittipaldi e ganhou as cores amarela em seus bólidos. Emerson começou bem a temporada, mas não conseguiu repetir os resultados ao longo do ano. O título da temporada ficou com o austríaco Niki Lauda, que ganhou com duas corridas de antecipação, mesmo sendo demitido da Ferrari, dando lugar ao canadense Gilles Villeneuve.

A temporada de 1978 foi a melhor para a equipe Fittipaldi na Fórmula 1. No Grande Prêmio do Brasil, o primeiro disputado no circuito de Jacarepaguá, Emerson conseguiu o melhor resultado para sua equipe, terminando a corrida em 2º lugar. O campeonato marcou também o último título para a Lotus na categoria, com o norte-americano Mario Andretti, e a trágica morte de Ronnie Peterson, na largada do Grande Prêmio da Itália, quando o piloto sueco envolveu-se em um incidente com James Hunt e Riccardo Patrese, batendo no guard-rail e explodindo o tanque de combustível de seu carro. Apesar da ajuda de diversos pilotos, Peterson morreu no dia seguinte em conseqüência das graves queimaduras.

Foto tirada no Flickr por: Photomechanica

Depois de um bom desempenho em 1978, a equipe Fittipaldi teve seu pior desempenho em 1979. A equipe conseguiu apenas um 6º lugar com Emerson no Grande Prêmio da Argentina, etapa de abertura. A temporada foi dominada pelos pilotos da Ferrari, vencido pelo sul-africano Jody Scheckter, com Gilles Villeneuve terminando com o vice campeonato.

A chegada do futuro campeão Keke Rosberg à equipe Fittipaldi em 1980 deu novo gás a equipe brasileira. Com dois pódios, um com o finlandês Rosberg na Argentina, etapa de abertura, e com Emerson nos Estados Unidos, em Long Beach, foram os últimos pódios da equipe de Wilson Fittipaldi na categoria. Com o 6º lugar no Grande Prêmio de Mônaco, Emerson somou seus últimos pontos na Fórmula 1, terminando o ano com 5 pontos, e despedindo-se no final do ano. O título da temporada ficou com o australiano Alan Jones, que superou o brasileiro Nelson Piquet nas últimas corridas. Outro destaque foi a estréia de Alain Prost na categoria, pela equipe McLaren.

A carreira de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1:
1970: Lotus Ford, 10º lugar com 12 pontos;
1971: Lotus Ford, 6º lugar com 16 pontos;
1972: Lotus Ford, campeão com 61 pontos;
1973: Lotus Ford, vice-campeão com 55 pontos;
1974: McLaren Ford, campeão com 55 pontos;
1975: McLaren Ford, vice-campeão com 45 pontos;
1976: Copersucar Ford, 16º lugar com 3 pontos;
1977: Fittipaldi Ford, 12º lugar com 11 pontos;
1978: Fittipaldi Ford, 9º lugar com 17 pontos;
1979: Fittipaldi Ford, 21º lugar com 1 ponto;
1980: Fittipaldi Ford, 15º lugar com 5 pontos;

terça-feira, 20 de maio de 2008

Reportagem Especial: Grande Prêmio de Mônaco

Nesta semana, iniciarei uma série de 5 reportagens sobre o Grande Prêmio de Mônaco, que será realizado no próximo domingo. Será feito um balanço da temporada, uma entrevista com o jornalista Daniel Dias, que trabalha no Jornal Zero Hora, no Rio Grande do Sul. Apresentarei um histórico falando sobre o desempenho dos pilotos brasileiros nas ruas do principado. Os treinos e a prova também terão maior abordagem, onde falarei com mais detalhes as coberturas para a definição do grid de largada e da corrida, comentando com mais detalhes o desempenho dos competidores e das equipes.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Piloto da Semana: Nelson Piquet

Nelson Piquet estreou na Fórmula 1 em 1978, no Grande Prêmio da Alemanha, pela equipe Ensign. Na etapa seguinte, na Áustria, Piquet correu pela McLaren, onde ficou até a penúltima etapa. Em Montreal, no Canadá, foi para a Brabham, equipe que ficou até o final de 1985, conquistando dois títulos mundiais, em 1981 e 1983. Naquele tempo, as equipes corriam com dois pilotos titulares e ofereciam versões anteriores de seus bólidos aos pilotos que pagavam por um lugar no cockpit.

Em 1979, com a transferência de John Watson para a McLaren, Piquet assumiu o posto de titular na equipe Brabham, ao lado do austríaco Niki Lauda. A temporada não foi das melhores, o time de Bernie Ecclestone somou apenas 7 pontos, 4 com Lauda e 3 com Piquet. Nas últimas etapas do ano, a Brabham trocou os motores Alfa Romeo pelos propulsores da Ford.

A temporada de 1980 trouxe as primeiras vitórias para Nelson Piquet na Fórmula 1. Foi nos Estados Unidos, na prova disputada em Long Beach, o brasileiro venceu a corrida que contou ainda com a presença de Emerson Fittipaldi no pódio, com o terceiro lugar. Piquet disputou o título até a última etapa, mas o australiano Alan Jones, piloto da Williams, venceu as duas últimas corridas no ano, e abriu uma boa vantagem sobre Piquet, que teve problemas de motor no Canadá, quando liderava e abandonou em Watkins Glen, última etapa.

O campeonato de 1981 começou com total favoritismo para a equipe Williams, pilotadas por Alan Jones e Carlos Reutemann. Nos Estados Unidos, em Long Beach, Piquet foi o terceiro colocado, atrás dos favoritos. No Brasil, Reutemann desobedeceu as ordens de sua equipe, criando um clima muito ruim para o restante do ano. Na Argentina e em San Marino, Piquet conseguiu duas vitórias, entrando na briga pelo título. Depois de 3 corridas sem chegar aos pontos, o brasileiro foi 3º colocado no Grande Prêmio da França, corrida que marcou a primeira vitória de Alain Prost na Fórmula 1. Nelson Piquet iniciou sua arrancada para o título a partir do Grande Prêmio da Alemanha, pontuando em todas as etapas seguintes, superando o argentino Carlos Reutemann por apenas 1 ponto, com a 5ª colocação na última corrida do ano, em Las Vegas. O campeonato foi um dos mais emocionantes, com 5 pilotos em 4 equipes diferentes lutando pelo título. A diferença do campeão, Nelson Piquet, para o 5º colocado, Alain Prost, foi de apenas 7 pontos.


Foto tirada no Flickr por: antsphoto

Em 1982, tudo indicava que a Ferrari, com um carro competitivo e os novos motores turbo, ganhariam com facilidade, mas o acidente fatal de Gilles Villeneuve na Bélgica e a batida de Didier Pironi na Alemanha, deixaram a disputa em aberto. Pironi nunca mais voltou a categoria e morreu em 1987 durante uma corrida de lanchas. O ano foi de adaptação para a Brabham e Nelson Piquet, que durante a temporada trocaram os motores da Ford pelos turbo da BMW. Piquet venceu apenas o Grande Prêmio do Canadá, marcado pelo trágico acidente do italiano Riccardo Palletti, que bateu na Ferrari de Pironi e pegou fogo, com o piloto preso no carro, morrendo carbonizado. Na Alemanha, Piquet liderava quando foi abalroado pelo chileno Eliseo Salasar. O lance foi um dos mais marcantes na carreira do brasileiro, que saiu do carro e deu um soco e dois chutes em Salasar. O título da temporada ficou com o finlandês Keke Rosberg, da Williams, com 44 pontos, superando Didier Pironi, da Ferrari e John Watson, da McLaren, que terminaram com 39 pontos. O campeonato foi ainda mais disputado que o do ano anterior, com 11 pilotos em 7 equipes diferentes chegando ao lugar mais alto do pódio.

Na primeira temporada completa com os motores turbo da BMW em 1983, Nelson Piquet faturou seu segundo título, após grande disputa contra a Renault de Alain Prost e as Ferraris de Patrick Tambay e René Arnoux. Na etapa de abertura, Piquet não decepcionou a torcida brasileira e venceu no Rio de Janeiro. Nos Estados Unidos, em Long Beach, as duas McLarens, com John Watson e Niki Lauda, conseguiram uma grande dobradinha depois de largarem em 22º e 23º, respectivamente. Porém, foi a única corrida em que a escuderia inglesa teve destaque, já que trocou os motores durante a temporada, deixando a Ford e passando a utilizar os turbos da Porsche, rebatizados de TAG. Após o Grande Prêmio da Holanda, quando Piquet e Prost, disputando a liderança bateram, o brasileiro ficou em situação difícil, já que teria que tirar uma vantagem maior que 10 pontos para Prost e ainda superar Arnoux. Mas com duas vitórias, em Monza e Brands Hatch, Piquet ficou a apenas dois pontos do piloto da Renault para a disputa da última etapa, que foi disputada em Kyalami, na África do Sul. Com a ajuda de seu companheiro, o italiano Riccardo Patrese, que segurou Prost, Piquet abriu uma boa vantagem sobre o francês, que desistiu com problemas de motor. Patrese venceu a corrida, e Piquet, com a 3ª colocação, abriu dois pontos sobre Prost e levou o título.

A temporada de 1984 foi amplamente dominada pela McLaren, impulsionada pelos motores TAG Porsche. Nelson Piquet, com 9 pole positions e 2 vitórias, em Detroit e Montreal, terminou o campeonato em 5º lugar, superado também por Elio de Angelis, da Lotus e Michele Alboreto da Ferrari. Niki Lauda sagrou-se campeão por apenas meio ponto de vantagem sobre Alain Prost. Outro fato marcante foi a estréia de Ayrton Senna pela equipe Toleman. Senna tornou-se um dos maiores rivais e desafetos de Piquet na categoria.

Nelson Piquet disputou em 1985 sua última temporada pela equipe Brabham. Oitavo colocado na classificação geral, Piquet venceu na França e foi pole position na Holanda, o brasileiro não teve um equipamento competitivo durante o ano. A disputa pelo título ficou entre o francês Alain Prost, da McLaren, e Michele Alboreto, da Ferrari. Alboreto liderou boa parte do campeonato, mas caiu de produção a partir do Grande Prêmio da Áustria, dando a Alain Prost e a França o primeiro título mundial na Fórmula 1. Com a transferência de Keke Rosberg para a McLaren, Nelson Piquet foi contratado como seu substituto na Williams.

Em ascenção desde o final de 1985, com duas vitórias de Mansell, em Brands Hatch e Kyalami, e a de Keke Rosberg na Austrália, a equipe Williams, equipada com os motores Honda, entrava na temporada de 1986 como uma das favoritas, ao lado da McLaren. Quatro pilotos disputaram o título no ano, Alain Prost, pela McLaren, Ayrton Senna, pela Lotus, e a dupla da Williams, Nigel Mansell e Nelson Piquet. A grande sensação da temporada foi a estreante Benetton, que marcou duas poles com o italiano Teo Fabi, na Áustria e na Itália, e a vitória de Gerhard Berger no México, que surpreendeu a todos, já que o piloto austríaco não parou para trocar pneus. Ayrton Senna também protagonizou dois grandes duelos no ano, um em Jerez de la Frontera, quando ganhou de Mansell por apenas meio carro, e na Hungria, na grande ultrapassagem de Nelson Piquet sobre o piloto da Lotus. Apesar da grande arrancada de Piquet na segunda metade do ano, Alain Prost faturou o título, aproveitand-se da briga interna na equipe Williams, que deu preferência ao inglês Nigel Mansell. A disputa pelo título foi emocionante, com Prost, Mansell, Piquet e Senna disputando a liderança do campeonato desde a etapa de abertura no Brasil. Ayrton Senna permaneceu na disputa até o Grande Prêmio de Portugal, quando ficou sem combustível na última volta e terminou a corrida em 4º lugar. Assim, Piquet, Prost e Mansell chegaram a etapa final com chances de ficar com o título. Nigel Mansell, que liderou boa parte da temporada, teve um pneu estourado e abandonou a corrida. A equipe Williams, preocupada com Piquet, chamou o brasileiro para os boxes para trocou seus pneus, deixando a vitória para Alain Prost.



Em 1987, a Williams, mesmo com as brigas internas envolvendo Mansell e Piquet, ganhou o campeonato com facilidade. O brasileiro, apesar do acidente em San Marino, voltou na etapa seguinte, e com uma campanha regular, venceu 3 corridas, contra 6 de seu companheiro de equipe. Mas Nelson Piquet pontou de forma consistente ao longo do ano, levando o título no Japão, quando Mansell bateu nos treinos e ficou de fora das duas últimas corridas da temporada. Ayrton Senna, na Lotus Honda, equipada com suspensão ativa, venceu em Mônaco e nos Estados Unidos, Alain Prost superou o recorde de vitórias que pertencia a Jackie Stewart, e, no final da temporada, a Ferrari voltou a mostrar força, com as vitórias de Gerhard Berger no Japão e na Austrália. Apesar do título, a equipe Williams perdeu os motores Honda para a McLaren e o campeão Nelson Piquet para a Lotus.

Foto tirada no Flickr por: antsphoto

O ano de 1988 não apresentou grandes disputas entre equipes, já que a McLaren contruiu um carro muito superior ao da concorrência. Nelson Piquet começou bem o ano, subindo ao pódio nas duas primeiras corridas, mas a equipe Lotus, em decadência, foi perdendo rendimento durante a temporada. Ayrton Senna levou o título após superar Alain Prost no Grande Prêmio do Japão, e, com os descartes (na época os pilotos só contavam com seus 11 melhores resultados), superou o francês por 3 pontos. O campeonato de 1988 foi marcado pelo fim da era turbo na Fórmula 1, depois de 11 anos na categoria.

A temporada de 1989 foi ainda pior para Nelson Piquet, que terminou com apenas 12 pontos, sem subir ao pódio. Sem os motores Honda, a equipe Lotus disputou o campeonato com os propulsores de Judd. A melhor atuação de Piquet foi no Grande Prêmio da Inglaterra, onde o brasileiro chegou a andar em 3º, mas foi superado pelo italiano Alessandro Nannini no final da corrida. A disputa pelo título ficou novamente entre os pilotos da McLaren, e Alain Prost, apensar de vencer menos corridas que Senna, levou o título após o polêmico Grande Prêmio do Japão, quando o brasileiro foi desclassificado. Depois de duas temporadas na Lotus, Piquet assinou contrato com a Benetton para o ano seguinte.

Muitas mudanças agitaram o mundo da Fórmula 1 em 1990. Nelson Piquet na Benetton, Alain Prost, depois de 6 anos na McLaren, foi para a Ferrari, no lugar de Gerhard Berger, que assumiu o lugar de Prost na equipe inglesa. Foi um bom ano para os pilotos brasileiros, Senna ficou com o título após bater no carro de Alain Prost no Grande Prêmio do Japão, logo na primeira curva, dando o troco no francês após os episódios de 1989. Nelson Piquet fez uma boa campanha durante o ano, voltando a vencer depois de 3 anos. Vencendo as duas últimas corridas do ano, Piquet garantiu o 3º lugar no mundial de pilotos, a mesma colocação da equipe Benetton no campeonato de construtores. No Japão, Piquet ganhou novo companheiro de equipe, o Roberto Moreno assumiu o lugar de Alessandro Nannini, que sofrera um acidente de helicóptero. Moreno foi 2º colocado em sua corrida de estréia pela Benetton, conseguindo assim seu melhor resultado na Fórmula 1.

Embalado pelas 2 vitórias, a Benetton começou a temporada de 1991 cheia de expectativas. Mas a disputa pelo título ficou entre Ayrton Senna, pela McLaren, e Nigel Mansell, pela Williams. Com 4 vitórias e 4 poles nas 4 primeiras corridas, Senna abriu a diferença necessária para faturar seu terceiro título, apesar da grande ascenção da Williams durante o ano. A Benetton ainda ficou com a vitória de Nelson Piquet no Grande Prêmio do Canadá, quando Mansell perdeu a corrida na última volta, dando ao brasileiro sua última vitória na categoria. Outra decepção foi a Ferrari, que iniciou um período de 3 anos sem vitórias, voltando a vencer com Berger em 1994, na Alemanha. Nelson Piquet despediu-se da Fórmula 1 no confuso Grande Prêmio da Austrália. Disputada sob fortes chuvas, a corrida durou apenas 14 voltas, com o brasileiro terminando em 4º lugar.

Foto tirada no Flickr por: antsphoto


A carreira de Nelson Piquet na Fórmula 1:
1978: McLaren Ford, Ensign Ford e Brabham Alfa Romeo, nenhum ponto;
1979: Brabham Alfa Romeo e Brabham Ford, 15º lugar com 3 pontos;
1980: Brabham Ford, vice-campeão com 54 pontos;
1981: Brabham Ford, campeão com 50 pontos;
1982: Brabham Ford e Brabham BMW, 11º lugar com 20 pontos;
1983: Brabham BMW, campeão com 59 pontos;
1984: Brabham BMW, 5º lugar com 29 pontos;
1985: Brabham BMW, 8º lugar com 21 pontos;
1986: Williams Honda, 3º lugar com 69 pontos;
1987: Williams Honda, campeão com 73 pontos;
1988: Lotus Honda, 6º lugar com 20 pontos;
1989: Lotus Judd, 8º lugar com 12 pontos;
1990: Benetton Ford, 3º lugar com 43 pontos;
1991: Benetton Ford, 6º lugar com 26,5 pontos;

domingo, 11 de maio de 2008

Felipe Massa vence o Grande Prêmio da Turquia

Felipe Massa assumiu a vice-liderança do campeonato com a vitória no Grande Prêmio da Turquia. O piloto da Ferrari conseguiu a segunda vitória na temporada e está 7 pontos atrás de seu companheiro de equipe Kimi Raikkonen, líder da temporada. Lewis Hamilton, da McLaren, chegou em 2º lugar e Raikkonen completou o pódio, em 3º. A BMW, com o 4º lugar de Kubica e a 5º colocação de Heidfeld, segue na vice-liderança no mundial de construtores, atrás apenas da Ferrari. Rubens Barrichello, que superou o recorde de Grandes Prêmios, marca que pertencia anteriormente ao italiano Riccardo Patrese, terminou a corrida em 14º, e Nelson Angelo Piquet foi o 15º colocado.




Resultado Final:

Corrida:
1. Felipe Massa (Ferrari)
2. Lewis Hamilton (McLaren Mercedes)
3. Kimi Raikkonen (Ferrari)
4. Roberto Kubica (BMW)
5. Nick Heidfeld (BMW)
6. Fernando Alonso (Renault)
7. Mark Webber (Red Bull Renault)
8. Nico Rosberg (Williams Toyota)

Melhor Volta: Kimi Raikkonen (Ferrari)

Classificação:

Mundial de Pilotos:
1. Kimi Raikkonen, 35 pontos
2. Felipe Massa, 28 pontos
3. Lewis Hamilton, 28 pontos
4. Robert Kubica, 24 pontos
5. Nick Heidfeld, 20 pontos
6. Heikki Kovalainen, 14 pontos
7. Mark Webber, 10 pontos
8. Jarno Trulli, 9 pontos
9. Fernando Alonso, 9 pontos
10. Nico Rosberg, 8 pontos
11. Kazuki Nakajima, 5 pontos
12. Jenson Button, 3 pontos
13. Sebastien Bourdais, 2 pontos

Mundial de Contrutores:
1. Ferrari, 63 pontos
2. BMW, 44 pontos
3. McLaren Mercedes, 42 pontos
4. Williams Toyota, 13 pontos
5. Red Bull Renault, 10 pontos
6. Toyota, 9 pontos
7. Renault, 9 pontos
8. Honda, 3 pontos
9. Toro Rosso Ferrari, 2 pontos

sábado, 10 de maio de 2008

Felipe Massa larga na pole na Turquia

O brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, conquistou sua terceira pole na temporada e vai largar na frente no Grande Prêmio da Turquia. Heikki Kovalainen, da McLaren, largará ao seu lado na primeira fila. A Ferrari e a McLaren também dividiram a segunda fila, com Lewis Hamilton em 3º e Kimi Raikkonen, companheiro de Massa em 4º. Rubens Barrichello marcou o 12º tempo e Nelson Angelo Piquet, o 17º tempo.


Grid de largada:


1. Felipe Massa (Ferrari)
2. Heikki Kovalainen (McLaren Mercedes)
3. Lewis Hamilton (McLaren Mercedes)
4. Kimi Raikkonen (Ferrari)
5. Robert Kubica (BMW)
6. Mark Webber (Red Bull Renault)
7. Fernando Alonso (Renault)
8. Jarno Trulli (Toyota)
9. Nick Heidfeld (BMW)
10. David Coulthard (Red Bull Renault)
11. Nico Rosberg (Williams Toyota)
12. Rubens Barrichello (Honda)
13. Jenson Button (Honda)
14. Sebastian Vettel (Toro Rosso Ferrari)
15. Timo Glock (Toyota)
16. Kazuki Nakajima (Williams Toyota)
17. Nelson Angelo Piquet (Renault)
18. Sebastien Bourdais (Toro Rosso Ferrari)
19. Giancarlo Fisichella (Force India)
20. Adrian Sutil (Force India)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Programação do GP da Turquia

O Grande Prêmio da Turquia recebe a quinta etapa do mundial de Fórmula 1 no próximo domingo.

Confira a programação do Grande Prêmio da Turquia

Sexta-feira (9)
4h - treino livre 1
8h - treino livre 2

Sábado (10)
5h - treino livre 3
8h - classificação

Domingo (11)
9h - GP da Turquia
(58 voltas)

Horários de Brasília

Piloto da Semana: Gilles Villeneuve

Fontes:
Lancenet - Fórmula 1: Especial Gilles VilleneuveFórmula 1 - Site Oficial4mula1
H
oje faz 26 anos que Gilles Villeneuve morreu após acidente nos treinos para o Grande Prêmio da Bélgica de 1982, quando na última tentativa de melhorar sua colocação no grid, bateu na treseira da March do alemão Jochen Mass, que retornava para os boxes. O piloto canadense ficou famoso no mundo da Fórmula 1 muito mais por suas manobras e sua garra, um piloto que tentava as ultrapassagens mais difíceis, gostava de desafios e andava sempre no limite extremo.

Campeão da Fórmula Atlantic em 1976 e 1977, Gilles estreou na Fórmula 1 no Grande Prêmio da Inglaterra em 1977, com um terceiro carro da McLaren, ao lado dos titulares James Hunt e Jochen Mass. A atuação do piloto canadense rendeu um convite da Ferrari, onde disputou as duas últimas corridas do ano, substituindo o campeão da temporada, o austríaco Niki Lauda, que fora demitido. Já na sua temporada de estréia, envolveu em um acidente com o sueco Ronnie Peterson no Japão, que corria pela Tyrrell. O incidente matou dois espectadores, que assistiam à prova em local proibido.

Em 1978, Gilles disputou sua primeira temporada completa na categoria, quando conseguiu também seus primeiros pontos e venceu o Grande Prêmio do Canadá, disputado pela primeira vez em Montreal, sob forte chuva, onde aproveitou-se da quebra da Lotus de Jean-Pierre Jarier, que liderava a corrida. Apesar disso, Villeneuve envolveu-se em diversos incidentes nas primeiras corridas. No Brasil, tocou-se com Ronnie Peterson, que voltou à Lotus, tirando o sueco da prova. Em Long Beach, nos Estados Unidos, bateu com Clay Regazzoni e foi parar na proteção de pneus quando liderava a corrida. Marcou seus primeiros pontos na Fórmula 1 apenas na sexta etapa, quando terminou o Grande Prêmio da Bélgica em 4º lugar. Em Monza, na Itália, corrida que ficou marcada pela morte de Ronnie Peterson, Villeneuve chegou em 2º lugar, mas tanto ele, como Mario Andretti, o vencedor da corrida, tiveram 1 minuto acrescentado no tempo final de corrida, assim, Andretti caiu para 6º e Gilles para 7º. Na última etapa do ano, Gilles chegou a primeira vitória, diante de sua torcida. Após ultrapassar Jody Scheckter, Villeneuve ainda contou com a quebra de Jarier, que substituiu Peterson nas corridas finais, para vencer a corrida.

Vídeo:

Batida entre Gilles Villeneuve e Clay Regazzoni em Long Beach:

A temporada de 1979 foi a melhor para Gilles Villeneuve na catogoria, sagrando-se vice-campeão. O título ficou com o sul-africano Jody Scheckter, que foi para a Ferrari no início do mesmo ano. Gilles conquistou 3 vitórias, 1 na África do Sul e 2 nos Estados Unidos. Villeneuve protagonizou dois lances espetaculares durante o ano, quando na França teve uma disputa intensa contra René Arnoux, da Renault, nas últimas voltas da corrida, e, na Holanda, quando era líder e teve um pneu estourado, saiu da pista, voltou, mas teve que desistir com a suspensão danificada. Na Itália, aceitou acompanhar seu companheiro de equipe, já que o comandador Enzo Ferrari prometeu dar prioridade ao canadense no futuro. Assim, Scheckter ganhou a prova e ficou com o título do campeonato.

Vídeo:

Duelo entre Gilles Villeneuve e René Arnoux no GP da França:

Em 1980, a temporada começava cheia de esperanças para a Ferrari, mas a equipe de Maranello resolveu apostar numa evolução do carro campeão no ano anterior, e se deu mal. O time italiano teve seu pior desempenho na Fórmula 1, marcando 6 pontos com Villeneuve e 2 com Scheckter, e terminando o mundial de construtores apenas na 10ª colocação, com 8 pontos. Mas Villeneuve, em Mônaco, fez uma bela ultrapassagem sobre o francês René Arnoux, que errou uma marcha e perdeu posição também para o brasileiro Emerson Fittipaldi. No Canadá, terminou a corrida em 5º lugar, mesmo com os diversos problemas enfrentados devido a instabilidade de seu carro.

Vídeo:

Ultrapassagem de Gilles Villeneuve sobre René Arnoux no GP de Mônaco:

Com motores turbo, a Ferrari esperava voltar aos dias de glória. Jody Scheckter deixou a categoria no final de 1980, cedendo sua vaga ao francês Didier Pironi. O campeonato de 1981 foi bastante equilibrado, com 6 carros e 7 pilotos vencendo corridas. Villeneuve conseguiu duas vitórias seguidas, em Mônaco e na Espanha. Em solo espanhol, Gilles venceu em grande estilo, onde diferença do vencedor para o quinto colocado foi menos de 2 segundos. Nas voltas finais, Villeneuve segurou a Ligier de Jacques Laffite, a McLaren de John Watson, a Williams de Carlos Reutmann e a Lotus de Elio de Angelis. Mas foi novamente no Canadá, que Gilles deu novo show. Em corrida disputada sob chuva, o piloto canadense teve sua asa dianteira danificada e durante duas voltas, manteve o mesmo ritmo, com o bico dianteiro cobrindo sua visão, e, quando a asa soltou-se no grampo, Villeneuve conseguiu manter sua Ferrari na pista, terminando a corrida na 3ª colocação.

Vídeos:

Vitória de Gilles Villeneuve na Espanha:

Gilles Villeneuve consegue manter o carro na pista mesmo com a asa dianteira danificada no Canadá:

Para 1982, a Ferrari construiu um carro competitivo, e Gilles era um dos favoritos ao título. Mas para a escuderia italiana foi ano trágico. Depois de abandonar nas duas primeiras etapas do ano, Villeneuve foi desclassificado em Long Beach, onde foi 3º colocado, já que a asa traseira de sua Ferrari estava fora do regulamento. Isso gerou uma grande briga política no circo da Fórmula 1, gerando um boicote por parte dos times ingleses, exceto a Tyrrell, no Grande Prêmio de San Marino. Assim, sobrou apenas Renault e Ferrari entre as equipes mais competitivas. Alain Prost e René Arnoux desistiram com problemas no motor, deixando a disputa entre Didier Pironi e Gilles Villeneuve. O canadense liderava a corrida, quando Pironi passou seu companheiro de equipe na última volta, descumprindo as ordens do time italiano. Irritado, Villeneuve jurou que nunca mais falaria com Pironi, um de seus melhores amigos então. Começaram a surgir rumores sobre uma transferência de Gilles para a Williams no ano seguinte. Mas na corrida seguinte, veio a tragédia. Villeneuve, 8º colocado nos treinos, buscava superar seu novo desafeto, e na última tentativa, tocou na March de Jochen Mass, batendo contra o guard-rail e girando no ar, lançando o canadense preso ao banco. Apesar da ajuda do próprio Jochen Mass e da equipe médica, Gilles faleceu em razão das lesões internas. Para o lugar de Villeneuve, a Ferrari chamou Patrick Tambay, que ficou até o fim de 1983 na equipe. Didier Pironi caminhava livre para o título, quando na Alemanha, chocou-se contra a Renault de Alain Prost e teve uma batida semelhante a de Gilles. Pironi teve que abandonar a Fórmula 1 e faleceu em 1987, quando disputava corridas de lancha e acabou atropelado após uma queda. Semanas depois, sua esposa teve dois filhos gêmeos, e chamou-os de Didier e Gilles, em homenagem aos ex-pilotos da Ferrari.

Vídeos:

Voltas Finais do GP de San Marino:

Acidente fatal de Gilles Villeneuve:

Jacques Villeneuve, irmão de Gilles, competiu pela categoria entre os anos de 1981 e 1983, mas nunca conseguiu classificar para um Grande Prêmio. Nos Estados Unidos, Jacques conseguiu apenas 1 vitória.

Já seu filho, também Jacques Villeneuve, foi campeão e vencedor das 500 milhas de Indianápolis em 1995, e correu na Fórmula 1 entre 1996 e 2006, sagrando-se campeão em 1997, pela equipe Williams. Após o título, Jacques obteve resultados pouco expressivos, e, em 2006, foi substituído pelo polonês Robert Kubica na BMW na metade da temporada de 2006.

Com as morte de Gilles Villeneuve e o acidente de Pironi, franceses e ferraristas viram o campeonato de 1982 ser ganho pelo finlandês Keke Rosberg. A torcida francesa teve que esperar mais 3 anos para ver um piloto de seu país campeão do mundo, com Alain Prost, a bordo da McLaren em 1985. Já os torcedores da Ferrari, tiveram que esperar mais 18 anos para ver seus carros campeões. O alemão Michael Schumacher superou o finlandês Mika Hakkinen, da McLaren, e sagrou-se campeão, encerrando um jejum de 21 anos para o time italiano.

Foto: NINO Flickr

A carreira de Gilles Villeneuve na Fórmula 1:
1977: McLaren Ford e Ferrari, nenhum ponto;
1978: Ferrari, 9º lugar com 17 pontos;
1979: Ferrari, vice-campeão com 47 pontos;
1980: Ferrari, 14º lugar com 6 pontos;
1981: Ferrari, 7º lugar com 25 pontos;
1982: Ferrari, 15º lugar com 6 pontos;

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Piloto da Semana: Ayrton Senna

Foto tirada no Flickr por: antsphoto

Hoje faz 14 anos que o brasileiro Ayrton Senna faleceu após o acidente no Grande Prêmio de San Marino. Em 10 anos na Fórmula 1, Senna participou de 161 grandes prêmios, obtendo 65 pole positions, 41 vitórias, 19 melhores voltas e 3 títulos mundiais.

Após testes pela Williams em 1983, Ayrton Senna conseguiu chegar a categoria pela equipe Toleman. Na África do Sul, Senna obteve seus primeiros pontos após chegar na 6ª colocação. Em Mônaco, o piloto brasileiro largou em 13º e fez a corrida que o consagrou para o circo da fórmula 1, após ultrapassar vários oponentes. Terminou em 2º lugar e não venceu a corrida porque a direção da prova interrompeu a competição na 31ª volta, quando Senna estava perto de Alain Prost, o vencedor da corrida. Com mais dois pódios (Inglaterra e Portugal), assinou contrato com a Lotus para 1985.

Em 1985, o brasileiro conseguiu as primeiras poles e a primeira vitória logo na segunda etapa, disputada sob chuva em Portugal. Senna envolveu-se em algumas polêmicas durante o ano, em Mônaco, atrapalhou Niki Lauda, Nigel Mansell e Michele Alboreto, quando tentavam melhorar o tempo de classificação, e também com seu companheiro de equipe Elio de Angelis, na África do Sul, quando os dois quase chegaram às vias de fato. O piloto italiano, com 6 anos de Lotus, deixou a equipe no final da temporada e foi para a Brabham, onde faleceu no anos seguinte, após um acidente durante treinos particulares no circuito de Paul Ricard, na França.

Com a transferência de Keke Rosberg para a McLaren, Nelson Piquet foi para a Williams, correr ao lado de Nigel Mansell. Na Lotus, Johnny Dumfries foi o substituto de Elio de Angelis. A temporada de 1986 foi uma das mais emocionantes da história da Fórmula 1, desde o início do campeonato 4 pilotos apareceram com grandes chances de conquistar o título. Alain Prost, na McLaren, Ayrton Senna, com a Lotus, e a dupla da Williams, Nigel Mansell e Nelson Piquet. Nos treinos, a potência do motor Renault da Lotus levava vantagem, mas Senna não conseguia repetir o mesmo desempenho na corrida, devido ao alto consumo de combustível do seu carro. A equipe Williams construiu o melhor carro para a temporada, mas as disputas internas envolvendo Mansell e Piquet foram decisivas para a conquista de Alain Prost, que tinha todo apoio dentro da McLaren. O lance mais comentado até os dias atuais, foi a grande ultrapassagem de Piquet sobre Senna na Hungria, quando o piloto da Williams passou por fora e conseguiu manter o controle do carro.


Para 1987, a Lotus recebeu os motores japoneses da Honda e o piloto japonês Satoru Nakajima. Outra novidade na equipe de Senna foi o uso da suspensão ativa. Com 2 vitórias (Mônaco e Detroit) e o segundo lugar em San Marino, Senna chegou à França, 6ª etapa da temporada, como líder do campeonato. A partir do Grande Prêmio da Inglaterra, a Lotus começou a perder rendimento, e Senna conseguia alguns segundos e terceiros lugares. O campeonato foi dominado pela Williams, que mesmo com a rivalidade entre Mansell e Piquet, levou o título de pilotos e construtores. Nelson Piquet, com apenas 3 vitórias contra 6 de Nigel Mansell, ficou com o terceiro título, já que manteve um desempenho regular durante o ano. A McLaren começou bem a competição, mas também não foi páreo para a Williams. Mesmo campeã, a Williams perdeu os motores Honda para a McLaren, que contratou Ayrton Senna. A Ferrari mostrou força nas duas últimas corridas do ano, levando o austríaco Gerhard Berger a duas vitórias a bordo dos carros de Maranello.
Depois de três temporadas pela Lotus, Senna transferiu para a McLaren em 1988. Correndo ao lado do francês Alain Prost, o brasileiro teve pela primeira vez na carreira um carro capaz de torná-lo campeão. Equipada com os motores da Honda, a McLaren dominou facilmente o campeonato, sendo pole e ganhando 15 das 16 corridas no ano. Apenas Gerhard Berger, da Ferrari, pole na Inglaterra e vencedor em Monza, na Itália, impediu o domínio absoluto da dupla Senna-Prost. Mesmo marcando 11 pontos a menos que Prost, Senna sagrou-se campeão, já que os pilotos contavam apenas com os 11 melhores resultados, vencendo 8 corridas contra 7 do francês. No mundial de construtores, a McLaren com 199 pontos, somou mais pontos que todas as outras equipes juntas.


Em 1989, Ayrton Senna foi o piloto mais rápido da temporada, marcando 13 pole positions e vencendo 6 vezes, mas Alain Prost, com apenas 4 vitórias, levou o título com 16 pontos de vantagem sobre o brasileiro, contando os descartes. Desde o Grande Prêmio de San Marino, quando Prost alegou que Senna tinha descumprido um acordo entre ambos, começaram uma briga também nos bastidores, iniciando um dos maiores casos de rivalidade na categoria. O ponto alto dessa briga aconteceu no Japão, quando o brasileiro precisava vencer para chegar a Austrália com chances de conquistar o título, mas o francês fechou Senna na chincane que antecede a reta dos boxes. Alain Prost abandonou a corrida e Senna após trocar o bico de seu carro, voltou a pista e passou Alessandro Nannini, da Benetton, para vencer a corrida. Mas Jean Marie Balestre, presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) na época, alegou que Senna havia cortado caminho e ajudado pelos fiscais. Assim, Nannini venceu sua única corrida na Fórmula 1, e Prost conquistou o terceiro dos seus quatro títulos na categoria. Em 1996, 2 anos após a morte de Senna, Balestre admitiu que agiu em benefício de seu compatriota Alain Prost.



A temporada de 1990 começou com várias mudanças no mercado dos pilotos. O campeão de 1989, Alain Prost, deixou a McLaren para correr na Ferrari, Gerhard Berger, fez o caminho inverso, foi para a escuderia inglesa competir ao lado de Ayrton Senna. Nelson Piquet deixou a Lotus e foi para a Benetton. Das 4 principais equipes, apenas a Williams manteve sua dupla de pilotos, Riccardo Patrese e Thierry Boutsen. As trocas surtiram efeito imediato, já que a McLaren havia dominado nas duas temporadas anteriores. A Ferrari mostrou-se muito mais competitiva, ganhando 6 corridas no ano, 5 com Prost e 1 com Nigel Mansell, em Portugal, quando o inglês fechou o francês na largada, manobra que fez Prost reclamar publicamente após a corrida. Ayrton Senna, com 6 vitórias e uma campanha regular, chegou ao Japão com 9 pontos de vantagem sobre Prost. E a decisão do título foi tão polêmica quanto no ano anterior, mas desta vez o brasileiro bateu no carro do piloto francês, dando a Senna o 2º título na Fórmula 1. Nelson Piquet, depois de 3 anos, voltou a vencer corridas, a bordo da Benetton. Com as vitórias no Japão e Austrália, as duas últimas corridas, garantiu a 3ª colocação no mundial de pilotos, e para a Benetton, o 3º lugar no campeonato de equipes. Após 14 corridas na Eurobrun, Roberto Moreno conseguiu disputar as duas últimas etapas do ano pela Benetton, substituindo Alessandro Nannini, que sofreu um acidente de helicóptero. O piloto italiano não retornou a Fórmula 1 após o incidente.


Em 1991, a campeã McLaren manteve Senna e Berger. Na Ferrari, Jean Alesi substituiu Nigel Mansell que voltou à Williams no lugar de Thierry Boutsen, que foi para a Ligier. A Benetton manteve até o Grande Prêmio da Bélgica Nelson Piquet e Roberto Moreno, quando Michael Schumacher substituiu Moreno na equipe. Além de Schumacher, outro futuro campeão estreou na categoria, o finlandês Mika Hakkinen competiu pela Lotus até o final de 1992, quando transferiu-se para a McLaren. Ayrton Senna começou muito bem o campeonato, marcando a pole e vencendo as quatro primeiras corridas do ano. A partir do Canadá, a Williams mostrou que tinha o melhor equipamento do ano, não vencendo a corrida graças a um erro de Mansell, que na última volta cometeu o erro de desligar o carro, assim, Nelson Piquet venceu sua última corrida pela Fórmula 1. A partir do México, Patrese e Mansell iniciaram uma grande recuperação, interrompida por duas vitórias de Senna na Hungria e na Bélgica. Em Portugal, um erro dos mecânicos da Williams nos boxes tiraram uma vitória praticamente certa de Mansell, quando um dos pneus do carro do inglês caiu e os mecânicos recolocaram outro no corredor dos pits. Na Espanha, apesar da pole de Berger, Mansell ganhou a corrida e chegou, mantendo chances de chegar ao primeiro título. No Japão, a tática de Senna e Berger deu certo. O austríaco largou na pole e abriu uma boa diferença nas primeiras voltas, enquanto Senna segurou Mansell até a 9ª volta, quando o inglês perdeu o controle do carro e saiu da pista, abandonando a corrida. Senna passou Berger durante a corrida, e, na última volta, devolveu a liderança ao companheiro de equipe. A temporada encerrou na Austrália, debaixo de muita chuva. Sem condições de continuar, a corrida terminou com 14 voltas, com a vitória de Senna. Nelson Piquet despediu-se da Fórmula 1 com um quarto lugar.


A temporada de 1992 ficou marcada pelo início da era da eletrônica, com destaque para a suspensão ativa e o controle de tração. A Williams, com melhor desenvolvimento dessas ferramentas, dominou facilmente o campeonato, dando a Nigel Mansell e Riccardo Patrese o carro que Senna classificou de outro planeta. Mansell ganhou com folga, 52 pontos de vantagem sobre Patrese, o vice campeão. Senna com 3 vitórias, teve diversos problemas durante o ano, principalmente a falta de durabilidade de seu McLaren. Michael Schumacher venceu sua primeira corrida na carreira, no instável Grande Prêmio da Bélgica, após aproveitar-se bem das constantes mudanças climáticas, já que chovia durante alguns períodos da corrida. A principal vitória de Senna no ano foi em Mônaco. Com um pneu furado, Mansell teve que ir aos boxes quando liderava com folga, voltando atrás do brasileiro, que conseguiu segurar o inglês nas voltas finais.


Com a contratação de Prost e o veto a Senna, a Williams disputou o campeonato de 1993 com Alain Prost e Damon Hill. Mansell foi correr nos Estados Unidos, e Patrese foi para a Benetton, correr ao lado de Michael Schumacher. Para Senna, restou ficar mais um ano na McLaren, que contou com o norte-americano Michael Andretti até o Grande Prêmio da Itália. Nas três últimas corridas, Senna correu ao lado de Mika Hakkinen, que largou na frente do brasileiro logo em sua corrida de estréia no time inglês. Com Jean Alesi e Gerhard Berger, a Ferrari repetiu o fraco rendimento de 1992, terminando atrás de Williams, McLaren e Benetton, passando as equipes Ligier e Lotus apenas nas etapas finais. Alain Prost não teve muitos problemas para garantir seu quarto título, com o 2º lugar em Portugal, mas Ayrton Senna e Michael Schumacher deram show durante o ano. No Brasil, Senna garantiu a vitória quando começou a chover e Prost saiu da pista, batendo na Minardi de Christian Fittipaldi. Em Donington, após cair para 5º na largada, Senna ultrapassou Michael Schumacher, Karl Wendlinger, Damon Hill e Alain Prost apenas na primeira volta, e ganhou com sobras a corrida, quase 1 volta a frente do segundo colocado. Em Mônaco, Senna contou com a sorte. Largando em 3º lugar, contou com um erro de Prost, que queimou a largada e caiu para as últimas posições quando foi punido, e, com a quebra de Schumacher, seguiu rumo a quinta vitória consecutiva no Principado de Mônaco. A partir do Canadá, Alain Prost seguiu firme rumo ao título, aproveitando-se da superioridade técnica de seu equipamento. Ayrton Senna garantiu o vice campeonato com duas vitórias nas etapas finais, no Japão e na Austrália, a última vitória do brasileiro na categoria. Alain Prost e Riccardo Patrese deixaram a Fórmula 1 no fim do ano, e o pódio na Austrália ficou marcado pela reconciliação entre Senna e Prost, que estavam brigados desde 1989.


Com a aposentadoria de Alain Prost, Senna teve seu caminho livre para ingressar na Williams. Mas a temporada de 1994 começou com a proibição dos dispositivos eletrônicos, o que atrapalhou bastante o desenvolvimento da Williams. A Benetton construiu um carro competitivo e desde o início, mostrou-se como o principal adversário de Senna no campeonato. A McLaren, sem Ayrton Senna, disputou o campeonato com o inglês Martin Brundle e o finlandês Mika Hakkinen. A Ferrari manteve Jean Alesi e Gerhard Berger. No Grande Prêmio do Brasil, etapa de abertura, Senna fez a pole position, mas liderou até a primeira troca de pneus, quando perdeu a liderança para Michael Schumacher, o vencedor da corrida. O brasileiro abandonou quando rodou e saiu da pista. No Pacífico, Senna saiu novamente na pole, e ficou na primeira curva, após tocar-se com Mika Hakkinen e ser atingido pela Ferrari de Nicola Larini, que substituiu Jean Alesi na segunda e terceira etapa do campeonato. Michael Schumacher estava na liderança com 20 pontos contra nenhum ponto de Ayrton Senna. Em San Marino, o brasileiro precisava da recuperação. Este foi sem dúvida, um dos finais-de-semana mais trágicos da história da Fórmula 1. Rubens Barrichello ficou de fora ao bater e fraturar o braço nos treinos de sexta-feira. No sábado, o austríaco Roland Ratzenberger morreu ao bater forte na curva Villeneuve. Ayrton Senna, assustado com a falta de segurança, alinhou para o grid mesmo contra a própria vontade. Durante os preparativos para a corrida, o brasileiro estava muito tenso por causa dos acontecimentos com Barrichello e Ratzenberger. Na largada, J. J. Lehto, da Benetton, ficou parado e foi atingido pela Lotus de Pedro Lamy, um dos pneus voou nas arquibancadas ferindo alguns torcedores. Após o reinício da corrida, Ayrton Senna liderava quando a barra de direção de seu Williams quebrou, batendo violentamente contra o muro. A morte do brasileiro foi anunciada horas da corrida. O clima de comoção foi geral, muitas pessoas deixaram de assistir corridas de Fórmula 1 depois desse dia. Foi o fim de uma das carreiras mais brilhantes do esporte mundial. Sem Senna, a Williams demorou para recuperar-se no campeonato, mas Damon Hill perdeu para Michael Schumacher por apenas 1 ponto, após uma manobra polêmica do piloto alemão na Austrália. Para o lugar de Senna, a Williams chamou David Coulthard, que foi substituído por Nigel Mansell na França e nas três últimas corridas do ano.

A carreira de Ayrton Senna na Fórmula 1:
1984: Toleman Hart, 9º lugar com 13 pontos;
1985: Lotus Renault, 4º lugar com 38 pontos;
1986: Lotus Renault: 4º lugar com 55 pontos;
1987: Lotus Honda, 3º Lugar com 57 pontos;
1988: McLaren Honda, campeão com 90 pontos;
1989: McLaren Honda, vice-campeão com 60 pontos;
1990: McLaren Honda, campeão com 78 pontos;
1991: McLaren Honda, campeão com 96 pontos;
1992: McLaren Honda, 4º lugar com 50 pontos;
1993: McLaren Ford. vice-campeão com 73 pontos;
1994: Williams Renault, nenhum ponto;