quinta-feira, 15 de maio de 2008

Piloto da Semana: Nelson Piquet

Nelson Piquet estreou na Fórmula 1 em 1978, no Grande Prêmio da Alemanha, pela equipe Ensign. Na etapa seguinte, na Áustria, Piquet correu pela McLaren, onde ficou até a penúltima etapa. Em Montreal, no Canadá, foi para a Brabham, equipe que ficou até o final de 1985, conquistando dois títulos mundiais, em 1981 e 1983. Naquele tempo, as equipes corriam com dois pilotos titulares e ofereciam versões anteriores de seus bólidos aos pilotos que pagavam por um lugar no cockpit.

Em 1979, com a transferência de John Watson para a McLaren, Piquet assumiu o posto de titular na equipe Brabham, ao lado do austríaco Niki Lauda. A temporada não foi das melhores, o time de Bernie Ecclestone somou apenas 7 pontos, 4 com Lauda e 3 com Piquet. Nas últimas etapas do ano, a Brabham trocou os motores Alfa Romeo pelos propulsores da Ford.

A temporada de 1980 trouxe as primeiras vitórias para Nelson Piquet na Fórmula 1. Foi nos Estados Unidos, na prova disputada em Long Beach, o brasileiro venceu a corrida que contou ainda com a presença de Emerson Fittipaldi no pódio, com o terceiro lugar. Piquet disputou o título até a última etapa, mas o australiano Alan Jones, piloto da Williams, venceu as duas últimas corridas no ano, e abriu uma boa vantagem sobre Piquet, que teve problemas de motor no Canadá, quando liderava e abandonou em Watkins Glen, última etapa.

O campeonato de 1981 começou com total favoritismo para a equipe Williams, pilotadas por Alan Jones e Carlos Reutemann. Nos Estados Unidos, em Long Beach, Piquet foi o terceiro colocado, atrás dos favoritos. No Brasil, Reutemann desobedeceu as ordens de sua equipe, criando um clima muito ruim para o restante do ano. Na Argentina e em San Marino, Piquet conseguiu duas vitórias, entrando na briga pelo título. Depois de 3 corridas sem chegar aos pontos, o brasileiro foi 3º colocado no Grande Prêmio da França, corrida que marcou a primeira vitória de Alain Prost na Fórmula 1. Nelson Piquet iniciou sua arrancada para o título a partir do Grande Prêmio da Alemanha, pontuando em todas as etapas seguintes, superando o argentino Carlos Reutemann por apenas 1 ponto, com a 5ª colocação na última corrida do ano, em Las Vegas. O campeonato foi um dos mais emocionantes, com 5 pilotos em 4 equipes diferentes lutando pelo título. A diferença do campeão, Nelson Piquet, para o 5º colocado, Alain Prost, foi de apenas 7 pontos.


Foto tirada no Flickr por: antsphoto

Em 1982, tudo indicava que a Ferrari, com um carro competitivo e os novos motores turbo, ganhariam com facilidade, mas o acidente fatal de Gilles Villeneuve na Bélgica e a batida de Didier Pironi na Alemanha, deixaram a disputa em aberto. Pironi nunca mais voltou a categoria e morreu em 1987 durante uma corrida de lanchas. O ano foi de adaptação para a Brabham e Nelson Piquet, que durante a temporada trocaram os motores da Ford pelos turbo da BMW. Piquet venceu apenas o Grande Prêmio do Canadá, marcado pelo trágico acidente do italiano Riccardo Palletti, que bateu na Ferrari de Pironi e pegou fogo, com o piloto preso no carro, morrendo carbonizado. Na Alemanha, Piquet liderava quando foi abalroado pelo chileno Eliseo Salasar. O lance foi um dos mais marcantes na carreira do brasileiro, que saiu do carro e deu um soco e dois chutes em Salasar. O título da temporada ficou com o finlandês Keke Rosberg, da Williams, com 44 pontos, superando Didier Pironi, da Ferrari e John Watson, da McLaren, que terminaram com 39 pontos. O campeonato foi ainda mais disputado que o do ano anterior, com 11 pilotos em 7 equipes diferentes chegando ao lugar mais alto do pódio.

Na primeira temporada completa com os motores turbo da BMW em 1983, Nelson Piquet faturou seu segundo título, após grande disputa contra a Renault de Alain Prost e as Ferraris de Patrick Tambay e René Arnoux. Na etapa de abertura, Piquet não decepcionou a torcida brasileira e venceu no Rio de Janeiro. Nos Estados Unidos, em Long Beach, as duas McLarens, com John Watson e Niki Lauda, conseguiram uma grande dobradinha depois de largarem em 22º e 23º, respectivamente. Porém, foi a única corrida em que a escuderia inglesa teve destaque, já que trocou os motores durante a temporada, deixando a Ford e passando a utilizar os turbos da Porsche, rebatizados de TAG. Após o Grande Prêmio da Holanda, quando Piquet e Prost, disputando a liderança bateram, o brasileiro ficou em situação difícil, já que teria que tirar uma vantagem maior que 10 pontos para Prost e ainda superar Arnoux. Mas com duas vitórias, em Monza e Brands Hatch, Piquet ficou a apenas dois pontos do piloto da Renault para a disputa da última etapa, que foi disputada em Kyalami, na África do Sul. Com a ajuda de seu companheiro, o italiano Riccardo Patrese, que segurou Prost, Piquet abriu uma boa vantagem sobre o francês, que desistiu com problemas de motor. Patrese venceu a corrida, e Piquet, com a 3ª colocação, abriu dois pontos sobre Prost e levou o título.

A temporada de 1984 foi amplamente dominada pela McLaren, impulsionada pelos motores TAG Porsche. Nelson Piquet, com 9 pole positions e 2 vitórias, em Detroit e Montreal, terminou o campeonato em 5º lugar, superado também por Elio de Angelis, da Lotus e Michele Alboreto da Ferrari. Niki Lauda sagrou-se campeão por apenas meio ponto de vantagem sobre Alain Prost. Outro fato marcante foi a estréia de Ayrton Senna pela equipe Toleman. Senna tornou-se um dos maiores rivais e desafetos de Piquet na categoria.

Nelson Piquet disputou em 1985 sua última temporada pela equipe Brabham. Oitavo colocado na classificação geral, Piquet venceu na França e foi pole position na Holanda, o brasileiro não teve um equipamento competitivo durante o ano. A disputa pelo título ficou entre o francês Alain Prost, da McLaren, e Michele Alboreto, da Ferrari. Alboreto liderou boa parte do campeonato, mas caiu de produção a partir do Grande Prêmio da Áustria, dando a Alain Prost e a França o primeiro título mundial na Fórmula 1. Com a transferência de Keke Rosberg para a McLaren, Nelson Piquet foi contratado como seu substituto na Williams.

Em ascenção desde o final de 1985, com duas vitórias de Mansell, em Brands Hatch e Kyalami, e a de Keke Rosberg na Austrália, a equipe Williams, equipada com os motores Honda, entrava na temporada de 1986 como uma das favoritas, ao lado da McLaren. Quatro pilotos disputaram o título no ano, Alain Prost, pela McLaren, Ayrton Senna, pela Lotus, e a dupla da Williams, Nigel Mansell e Nelson Piquet. A grande sensação da temporada foi a estreante Benetton, que marcou duas poles com o italiano Teo Fabi, na Áustria e na Itália, e a vitória de Gerhard Berger no México, que surpreendeu a todos, já que o piloto austríaco não parou para trocar pneus. Ayrton Senna também protagonizou dois grandes duelos no ano, um em Jerez de la Frontera, quando ganhou de Mansell por apenas meio carro, e na Hungria, na grande ultrapassagem de Nelson Piquet sobre o piloto da Lotus. Apesar da grande arrancada de Piquet na segunda metade do ano, Alain Prost faturou o título, aproveitand-se da briga interna na equipe Williams, que deu preferência ao inglês Nigel Mansell. A disputa pelo título foi emocionante, com Prost, Mansell, Piquet e Senna disputando a liderança do campeonato desde a etapa de abertura no Brasil. Ayrton Senna permaneceu na disputa até o Grande Prêmio de Portugal, quando ficou sem combustível na última volta e terminou a corrida em 4º lugar. Assim, Piquet, Prost e Mansell chegaram a etapa final com chances de ficar com o título. Nigel Mansell, que liderou boa parte da temporada, teve um pneu estourado e abandonou a corrida. A equipe Williams, preocupada com Piquet, chamou o brasileiro para os boxes para trocou seus pneus, deixando a vitória para Alain Prost.



Em 1987, a Williams, mesmo com as brigas internas envolvendo Mansell e Piquet, ganhou o campeonato com facilidade. O brasileiro, apesar do acidente em San Marino, voltou na etapa seguinte, e com uma campanha regular, venceu 3 corridas, contra 6 de seu companheiro de equipe. Mas Nelson Piquet pontou de forma consistente ao longo do ano, levando o título no Japão, quando Mansell bateu nos treinos e ficou de fora das duas últimas corridas da temporada. Ayrton Senna, na Lotus Honda, equipada com suspensão ativa, venceu em Mônaco e nos Estados Unidos, Alain Prost superou o recorde de vitórias que pertencia a Jackie Stewart, e, no final da temporada, a Ferrari voltou a mostrar força, com as vitórias de Gerhard Berger no Japão e na Austrália. Apesar do título, a equipe Williams perdeu os motores Honda para a McLaren e o campeão Nelson Piquet para a Lotus.

Foto tirada no Flickr por: antsphoto

O ano de 1988 não apresentou grandes disputas entre equipes, já que a McLaren contruiu um carro muito superior ao da concorrência. Nelson Piquet começou bem o ano, subindo ao pódio nas duas primeiras corridas, mas a equipe Lotus, em decadência, foi perdendo rendimento durante a temporada. Ayrton Senna levou o título após superar Alain Prost no Grande Prêmio do Japão, e, com os descartes (na época os pilotos só contavam com seus 11 melhores resultados), superou o francês por 3 pontos. O campeonato de 1988 foi marcado pelo fim da era turbo na Fórmula 1, depois de 11 anos na categoria.

A temporada de 1989 foi ainda pior para Nelson Piquet, que terminou com apenas 12 pontos, sem subir ao pódio. Sem os motores Honda, a equipe Lotus disputou o campeonato com os propulsores de Judd. A melhor atuação de Piquet foi no Grande Prêmio da Inglaterra, onde o brasileiro chegou a andar em 3º, mas foi superado pelo italiano Alessandro Nannini no final da corrida. A disputa pelo título ficou novamente entre os pilotos da McLaren, e Alain Prost, apensar de vencer menos corridas que Senna, levou o título após o polêmico Grande Prêmio do Japão, quando o brasileiro foi desclassificado. Depois de duas temporadas na Lotus, Piquet assinou contrato com a Benetton para o ano seguinte.

Muitas mudanças agitaram o mundo da Fórmula 1 em 1990. Nelson Piquet na Benetton, Alain Prost, depois de 6 anos na McLaren, foi para a Ferrari, no lugar de Gerhard Berger, que assumiu o lugar de Prost na equipe inglesa. Foi um bom ano para os pilotos brasileiros, Senna ficou com o título após bater no carro de Alain Prost no Grande Prêmio do Japão, logo na primeira curva, dando o troco no francês após os episódios de 1989. Nelson Piquet fez uma boa campanha durante o ano, voltando a vencer depois de 3 anos. Vencendo as duas últimas corridas do ano, Piquet garantiu o 3º lugar no mundial de pilotos, a mesma colocação da equipe Benetton no campeonato de construtores. No Japão, Piquet ganhou novo companheiro de equipe, o Roberto Moreno assumiu o lugar de Alessandro Nannini, que sofrera um acidente de helicóptero. Moreno foi 2º colocado em sua corrida de estréia pela Benetton, conseguindo assim seu melhor resultado na Fórmula 1.

Embalado pelas 2 vitórias, a Benetton começou a temporada de 1991 cheia de expectativas. Mas a disputa pelo título ficou entre Ayrton Senna, pela McLaren, e Nigel Mansell, pela Williams. Com 4 vitórias e 4 poles nas 4 primeiras corridas, Senna abriu a diferença necessária para faturar seu terceiro título, apesar da grande ascenção da Williams durante o ano. A Benetton ainda ficou com a vitória de Nelson Piquet no Grande Prêmio do Canadá, quando Mansell perdeu a corrida na última volta, dando ao brasileiro sua última vitória na categoria. Outra decepção foi a Ferrari, que iniciou um período de 3 anos sem vitórias, voltando a vencer com Berger em 1994, na Alemanha. Nelson Piquet despediu-se da Fórmula 1 no confuso Grande Prêmio da Austrália. Disputada sob fortes chuvas, a corrida durou apenas 14 voltas, com o brasileiro terminando em 4º lugar.

Foto tirada no Flickr por: antsphoto


A carreira de Nelson Piquet na Fórmula 1:
1978: McLaren Ford, Ensign Ford e Brabham Alfa Romeo, nenhum ponto;
1979: Brabham Alfa Romeo e Brabham Ford, 15º lugar com 3 pontos;
1980: Brabham Ford, vice-campeão com 54 pontos;
1981: Brabham Ford, campeão com 50 pontos;
1982: Brabham Ford e Brabham BMW, 11º lugar com 20 pontos;
1983: Brabham BMW, campeão com 59 pontos;
1984: Brabham BMW, 5º lugar com 29 pontos;
1985: Brabham BMW, 8º lugar com 21 pontos;
1986: Williams Honda, 3º lugar com 69 pontos;
1987: Williams Honda, campeão com 73 pontos;
1988: Lotus Honda, 6º lugar com 20 pontos;
1989: Lotus Judd, 8º lugar com 12 pontos;
1990: Benetton Ford, 3º lugar com 43 pontos;
1991: Benetton Ford, 6º lugar com 26,5 pontos;

Um comentário:

Anônimo disse...

gostaria de saber quantas vezes piquet correu para conquistar o grande premio de 81