quinta-feira, 22 de maio de 2008

Entrevista com Daniel Dias

A série de reportagens que fiz sobre o Grande Prêmio de Mônaco é a entrevista que fiz com o colunista do Jornal Zero Hora, Daniel Dias.

Daniel Dias escreve para o blog O Mundo da Fórmula 1, para o mesmo jornal.

Diego Passos: Qual o significado do Grande Prêmio de Mônaco para a Fórmula 1?

Daniel Dias: Tradição e charme. E perfeito para os patrocinadores. Nenhum GP tem mais visibilidade do que a corrida do Principado. Apesar de a tecnologia da F-1 não ter nada a ver com as estreitas ruas de Monte Carlo, a corrida é sempre a mais aguardada do calendário. Mas ela é terrível para os pilotos, que têm de arriscar todo o tempo, além do cansaço.

Diego Passos: Pista com baixa média de velocidade, a menor da categoria, representa também um desafio para os pilotos. Você acredita que o talento do competidor ainda prevalece nesta pista?

Daniel Dias: O talento do piloto prevalece mais em Monte Carlo do que em qualquer outra pista.

Diego Passos: Sem o controle de tração e os dispositivos de largada, você acredita que a prova será mais emocionante, tendo em vista também a possibilidade de chuva?

Daniel Dias: Bem, se chover, acho que não termina ninguém. Sem o controle de tração, com óleo na pista e chuva, não queria estar no lugar deles.

Diego Passos: Nos Grandes Prêmios de Mônaco, quais os pilotos que mais chamaram sua atenção neste circuito?

Daniel Dias: Dos que eu vi, Ayrton Senna, sem dúvidas, mas o Michael Schumacher e o Alain Prost iam muito bem também. Engraçado é que, com exceção do Senna, os outros brasileiros nunca se deram bem nesta pista. Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Rubens Barrichello e agora Felipe Massa nunca casaram bem com Monte Carlo.

Diego Passos: Em sua opinião, qual foi a corrida mais emocionante disputada nas ruas do principado? E a mais polêmica?

Daniel Dias: As mais emocionantes foram a de 1973, com o Emerson descontando a diferença para o Jackie Stewart no final, e aquelas alucinantes voltas finais do GP de 1992, depois que o Nigel Mansell parou para trocar um pneu e partiu como um louco para cima do Senna, que conseguiu segurar a primeira posição no braço. A mais polêmica foi a de 1984, quando roubaram a vitória do Senna, que passou o Prost mas a direção da prova decidira terminá-la antes por causa da chuva. E o Senna tinha uma Toleman contra a poderosa McLaren do Prost.

Diego Passos: As duas equipes que mais se destacam quando se fala em Mônaco, são a Ferrari e a McLaren? Tem alguma outra equipe que merece destaque?

Daniel Dias: A Williams também teve boas provas no Principado. Mas as duas principais são Ferrari e McLaren realmente.

Diego Passos: Dos pilotos que correram em Mônaco, quais você destaca?

Daniel Dias: Dos que eu vi correr, Ayrton Senna, Michael Schumacher, Alain Prost e Jackie Stewart.

Diego Passos: Para o Grande Prêmio deste ano, quem você aponta como favorito para vencer a corrida?

Daniel Dias: Lewis Hamilton. Nesta prova, a superioridade da Ferrari não vai contar, e o guri se dá muito bem nas estreitas ruas de Monte Carlo.

Diego Passos: E quais suas expectativas sobre os pilotos brasileiros neste fim de semana? Qual deles pode surpreender?

Daniel Dias: O único que pode conseguir alguma coisa é o Felipe Massa, porque tem uma Ferrari. O Rubinho vai se arrastar e o Nelsinho Piquet tem uma batata quente pela frente. Está obrigado a mostrar serviço, e erro em Mônaco é o mais fácil de acontecer.

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